Smart Cities

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No dia 30 de Abril a Casa do Saber recebeu o Fórum COPPEAD em Smart Cities. O evento foi promovido pela COPPEAD e seus parceiros, celebrando os 450 anos da cidade e tornando público pesquisas e ações que vêm transformando o Rio de Janeiro.

Elaine Tavares, professora e coordenadora do Centro de Estudos de Cidades Inteligentes, abriu o evento dando as boas vindas a todos e apresentando a ideia do fórum, os convidados e as temáticas. Enfatizou que cidades inteligentes toureou-se um grande tema nesse momento, com tudo a ver com os jogos que estão chegando, e com a transformação da sociedade pelo uso intensivo da tecnologia. Explicou o que é o centro de estudos de cidades inteligentes. COPPEAD é uma pós graduação em administração da UFRJ, criado em 1973 como parte da COPPE, autônomo desde 1983. Com 10 cátedras de pesquisa, com investimento de pesquisa vindo de empresas. O centro de pesquisa em Cidades Inteligentes surge das pesquisas da Cátedra EMC em BigData. O fórum tem portanto como objetivo discutir o tema apresentando o centro e seu plano de trabalho, ampliação da rede, sendo o primeiro de uma série de eventos que pretendem promover. Apresentou por fim seus convidados, Flanklin Dias Coelho (Secretário Especial de Ciência e Tecnologia da Prefeitura do Rio de Janeiro), Fred Arruda (Diretor de Operações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da EMC no Rio de Janeiro) e Alexandre Evsukoff, professor da COPPE.

Franklin Dias Coelho foi o primeiro a ter a palavra. Explicou que há algum tempo a prefeitura trabalha com o conceito de cidades inteligentes, cidade ágil, sustentável, resilientes, sensível, educadora, digital, criativa, cognitiva. Que em 2009 foi feito um plano estratégico, e em 2010 uma revisão já operando a concepção de cidades inteligentes, com visão de futuro, pensando o Rio de Janeiro como um território inteligente. Utilizam para tanto três elementos de escala, sendo eles cidade digital, cidade inteligente e comunidade inteligente. E o caminho projetado envolve processos, sistemas e governança. E como exemplo do emprego dessas ideias menciona o Projeto Porto Maravilha, um projeto de parceria público privada.

Ponderou que para construir uma cidade inteligente é imprescindível uma rede capaz de conectar governo, empresas e cidadãos. Essa é a pré condição de cidades inteligentes, com a prioridade inicial em prédios públicos. A agilidade, com ciência, big data e um novo paradigma de design, planejamento e políticas urbanas, abrindo caminhos para uma nova ciência urbana, a partir de clusters de informações, com o Instituto Pereira Passos, cruzando dados. Iniciou com o RioDatamine, com 46 bancos de dados, entre eles o do IPP. Soma-se o Data.Rio e toda uma engenharia institucional para formação de dados sobre a cidade. Conjuntamente, o Wazy, o Buus e demais aplicativos que ampliam as possibilidades de integração e articulação na cidade, especialmente em termos de acessibilidade.

Franklin apresentou ainda a arquitetura nômade que tem como ideia se valer dos equipamentos construídos para eventos serem formatados para aproveitamento público, como escolas ou postos, não deixando na cidade os chamados elefantes brancos. Na visão de cidade educadora tem a proposta de naves do conhecimento, como instrumentos para a construção de bairros inteligentes, integrando educação formal, informal e construção coletiva do conhecimento. O cidadão protagonista é uma proposta interativa nas naves do conhecimento, com direito à informação e conhecimento, além da integração de saberes e cultura, ampliando os caminhos de comunicação, em que as comunidades assimilam, articulam e produzem conhecimentos.

O Rio como Cidade Cognitiva, o projeto cidade de Ideias para a disseminação da informação e colaboração para inovação, com o Rioapps e o RioDatamine. E a partir das ideias o RioApps, como caminho para startups. Já existe o Cidadão10,#streetArtsRio, PROCONCarioca, UPA, Restaurantes e o mais famoso a ganhar o prêmio foi o EasyTaxi. Conectividade, BigData para se transformarem em serviços para a população.

Fred Arruda foi o segundo convidado, falando da empresa EMC, seus produtos e pesquisas. A EMC nasceu de uma tese de doutorado nos EUA e hoje está presente em mais de 90 países no mundo. Tradicionalmente vende soluções de storage, ou seja, armazenamento de dados. E a empresa é composta pela EMC, RCA como empresa de segurança, Piveton e a Viemany com soluções de virtualização. Como a internet agiliza as trocas de informações, tanto as empresas quanto as pessoas necessitam se redefinir.A EMC trabalha com venda de storage mesmo antes da maior difusão da internet, mas a empresa passa pelo processo de redefinição. Se instalou no Rio de Janeiro com um centro de Pesquisa, distinto dos demais que desenvolvem BigData, voltado para a indústria de óleo e gás. Por ter o setor público como um grande cliente, o seu grande desafio era o de ampliar o diálogo, trabalhar mais juntamente com o setor público, pensando tecnologias para as cidades inteligentes.

Fred recordou que até bem recentemente pensar em cidades inteligentes não ia muito além de acessibilizar internet em praças e em áreas centrais. E menciona o exemplo de Piraí que foi a primeira cidade digital do país, e que foi além de fornecer acesso a internet nas praças.

Concluindo, Fred mencionou que em 2012 o governo federal estimulou a gestão dos municípios com uso ampliados da informação. E na ampliação da capacidade de armazenamento e gestão de dados é que a EMC vem atuando, dialogando sobretudo com o setor público para dar suporte e tornar possível a estruturação de cidades inteligentes.

O Prof. da COPPE Alexandre Evsukoff foi o último dos convidados a se apresentar, com uma fala mais didática sobre o uso de soluções inteligentes para problemas comuns nas grandes metrópoles. Iniciou expondo que há dois tipos de crescimento da cidade, a sublinear que dobra a população sem necessariamente o dobrar da estrutura, e o super-linear em que a população aumenta e a estrutura aumenta até mais. No outro caso, quando os demais fenômenos aumentam até mais que a população levam as cidades ao colapso. Pesquisas indicam que a tecnologia pode incidir favoravelmente nesses casos. E em complemento afirmou que cada portador de celular torna-se um sensor que capta e transmite informações a todo momento. Sejam dados públicos ou privados, a ideia é o uso que forneça soluções para as questões que se impõem nas cidades. Seja no trânsito, no uso dos equipamentos públicos, no acesso ao lazer etc.

Na segunda parte da apresentação se dedica aos padrões de mobilidade. Em seu projeto utiliza base de dados de celular para saber onde estão concentradas as pessoas. Embora a malha seja mais fina no centro e zona sul, seus gráficos apontam que há densidade na zona oeste. E com o registro de chamadas e trajetórias pode-se definir a matriz origem e destino, por dia. Com estes dados pode-se adaptar o fluxo de transporte, fornecendo um serviço mais eficiente para a população.

Fechando o evento Elaine Tavares aborda o conceito de Smart City e explica como ela vem construindo uma agenda de pesquisa. Para Eliana Smart City pressupõe o uso de tecnologia para melhorar o planejamento urbano, administração municipal e qualidade de vida. E que esse arranjo é também um fomento ao ambiente econômico.

Refletindo sobre o termo, Elaine considera que smart city não é exato. Há momentos em que não se trata apenas de cidades, pois há bairros, comunidades, regiões envolvidas nesse processo. E o Smart não quer dizer  inteligente, é esperto. Mas a concepção vai além disso, afinal, o foco é o cidadão, a sustentabilidade da cidade e a qualidade de vida.

Aponta que o caminho de construção da Smart City é a coleta, difusão e análise de informações. Conhecer a cidade e seus habitantes, seus gostos, seus hábitos, e demais dados que precisam ser coletados, disponibilizados e analisados para gerar soluções.

Sua análise de uma Cidade Inteligente tem três propósitos, a informação, o aperfeiçoamento e a previsão. Nesse processo são essenciais os usos de BigData, e o investimento em TI em todos os setores da gestão municipal, atingindo até diretamente o cidadão que passa a ser um colaborador mais ativo, informando as demandas e dando respostas para as soluções apresentadas pelo município.

Toma como metas universais a qualidade de vida, a revolução do relacionamento das pessoas com o governo, a melhoria dos serviços de compartilhamento de dados, monitoramento e alerta em tempo real, criando consciência da situação da cidade, proteção da privacidade, ambiência do trabalho, infraestrutura de padrão das referências mundiais, proteção contra cyber crimes, apoio às capacidades individuais, otimização de recursos, melhoria do compartilhamento das infra-estruturas, etc.

E como advertência conclusiva, fala que embora o exemplo de Barcelona seja sempre citado como uma Smart City, não é inteligente replicar aquele projeto. Afinal, o Rio de Janeiro é diferente, a população é diferente, e as soluções precisam ser pensada para cada local.

Texto e Imagens: Priscilla Oliveira Xavier

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